quarta-feira, 3 de abril de 2013

Só pra não contrariar São Patrício





    

Outro dia, 15 de março para ser mais exato e dois dias depois de inaugurar o Mataria por uma Cerveja, estava ávido por comemorar o St. Patrick’s Day saí em busca de uma irish stout. Fui aos locais de costume com a Murphy’s e a Guinness no pensamento. Nunca cheguei a comprá-las, mas já as havia visto em algum lugar então achei que iria encontrar fácil. Um dos enganos do meu dia 15... Não estavam em lugar algum. Seria porque os goianienses subtamente se interessaram por stouts para comemorar o dia do nosso Patrício? Conjecturas a parte, continuei a vida.
Numa das paradas da andança, numa loja mais especializada, pedi uma stout. Não a tinham e disseram que venderam todas na última semana. Olhem só! Para não sair de mãos abanando, nem contrariar São Patrício, nem desprezar a belíssima Demoiselle, considerei os laços de parentesco e pedi a irmã (ou mãe) porter. E nessa de diferenciar uma da outra encontrei uma citação bem esclarecedora no Mulheres e Cerveja: “[...] diria que a Stout é a costela da Porter como Eva era a costela de Adão: uma é teoricamente mais forte que a outra, mas no fundo as duas são feitas do mesmo barro e são igualmente complexas.”
De posse da cafeinisticamente temperada, Colorado Demoiselle, fui (feliz) pra casa. O dia 15 acabou, veio e foi o 16, de repente 17. “Feliz dia de São Patrício! Vamos comemorar!” Como todos sabem, uma boa comemoração requer comida, então saí contarolante ao supermercado mais próximo. Já de posse da boa comida, fui dar uma investigada no corredor de bebidas e lá estava ela: Baden Baden Stout. Sim pessoas mui consideradas, uma Stout nestes dias de prateleiras magras. Comprei-a, claro. Como não fazê-lo pelo módico preço a que era oferecida.
Botei-a pra gelar. Vesti meu fato verde. Preparei a comida. Esqueci de comprar um chocolate. Peguei o abridor e num rito secreto revelado diretamente a mim pelo próprio São Patrício durante uma das minhas devotadas preces, abri-a. Bonita. Servindo, já fui percebendo a densidade do liquido. Um creme marrom cor de chocolate (ao leite), abundante e bem duradouro. A cor e bem escura (marrom-preto-cor-de-café) e de transparência zero no copo. Os aromas... torrefação de malte, café, caramelo e um frescor interessante. Na boca aveludada e licorosa, os sabores correspondente aos cheiros e mais alguns como ameixa seca, malte tostado, um quê de picante (loucura minha?), amargor presente e não muito durador e que vai deixando um suave adocicado no final. Segundo meu paladar atual, médio corpo, mas estou certo que algumas cervejas mais encorpadas rebaixariam esta a baixo corpo. Boa carbonatação e uma ótima drinkability (eu particularmente tomaria mais umas duas, hehehe).
E pra encerrar, minha namorada garantiu que deixa o hálito excelente!


Um brinde a São Patrício! Saúde e que a Força esteja com você!



Ficha Técnica:

De onde? Brasil
Nome? Baden Baden Stout
Estilo? Foreign Extra Stout (Dry Stout)
% Álcool? 7,5% vol
Copo? Pint



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Aviso: Todas as opiniões presente nesta publicação são pessoais, banais e intransferíveis. O conteúdo das mesmas não deve ser levado totalmente a sério e tampouco servir de fonte fidedigna para degustações, resenhas, discursos, lições de moral, publicações científicas ou trabalhos da 5ª série. O autor não é sommelier, nem tem formação específica em cervejas e sinceramente não dá a mínima para o que você fizer usando o conhecimento aqui conseguido.

* Todo o texto foi escrito enquanto o autor estava sóbrio.
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Mataria por uma Cerveja
Mataria por uma Cerveja                                                 

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